
Vishwash Kumar Ramesh, de 40 anos, não sabe como está vivo. Ainda com o corpo ferido e a alma despedaçada, ele tenta montar, pedaço por pedaço, as imagens que ainda martelam sua cabeça desde a manhã desta quinta-feira (12).
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Era para ser uma viagem qualquer, um voo com destino a Londres, mas em segundos tudo virou um terror. O Boeing 787-8 da Air India mal saiu do chão em Ahmedabad, na Índia, e caiu com tanques cheios e 242 pessoas a bordo, explodindo em seguida. Só ele sobreviveu. Apenas ele.
“Ouvi um barulho seco, senti como se o avião tivesse travado no ar. Foi rápido demais. As luzes acenderam do nada, nas cores verde e branco dentro da aeronave. Depois veio a explosão. Tudo virou fumaça, fogo, pânico”, contou Ramesh, em Hindi, ainda deitado no hospital.
O assento 11A, onde ele estava, desapareceu e após o salto pela porta de emergência da aeronave, ele foi encontrado em meio aos destroços, com queimaduras leves, fraturas e sem acreditar que estava respirando. O irmão, que viajava com ele, não teve a mesma sorte. Ramesh não conseguiu encontrá-lo entre os gritos. “Olhei para os destroços e ele não estava mais lá. Só vi fogo. Só ouvi gritos. Achei que ia morrer ali mesmo.
O avião, completamente abastecido, explodiu instantes após a decolagem, caindo sobre uma área urbana. Pelo menos 24 pessoas morreram também no solo.
Uma tragédia sem precedentes que deixou famílias destruídas e especialistas sem respostas. A caixa preta já foi encontrada, mas os motivos ainda são incertos. Suspeita-se de falha nos motores logo após o acionamento dos motores principais.
A dor de Ramesh agora não é só física. Ele perdeu o irmão, os amigos que estavam no voo, e carrega o peso de ser o único a ter saído vivo. “Eu não queria ser o único. Eu não queria ter que contar essa história”, disse, antes de cair em prantos.
Ele ainda não sabe como vai seguir em frente, mas ressalta que sobreviveu — não por sorte, mas talvez por destino. “Talvez eu esteja aqui por alguma razão. Não sei qual. Ainda não entendi. Mas vou tentar descobrir.”
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