
A Società Italiana realizou nesta quinta-feira (24) o evento para tratar do decreto do governo italiano que altera as regras para o o à cidadania italiana. O deputado Fábio Porta, integrante da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados da Itália e representante dos italianos residentes na América do Sul, participou do encontro realizado na Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba) no fim da tarde.
A proposta do governo italiano, anunciada recentemente, altera a forma de reconhecimento da cidadania por direito de sangue — o chamado jus sanguinis. Até então, não havia limitação de gerações, bastando comprovar a ancestralidade italiana a partir de 17 de março de 1861, data da unificação do Reino da Itália. Com o novo decreto, o direito fica a filhos e netos de italianos nascidos na Itália, o que afeta diretamente milhares de brasileiros descendentes de imigrantes italianos.
Ao Jornal de Piracicaba, o deputado Fábio Porta explicou que é possível alteração no decreto do governo italiano. “Hoje, a preocupação desta grande comunidade é relativa a esse novo decreto do governo italiano que quer cortar a transmissão de cidadania para o ítalo descendente. Tentamos explicar que nada é perdido, temos 30 dias até o fim de maio para modificar esse decreto e que apesar da nossa mágoa contra uma decisão injusta vamos tentar diminuir os estragos que já existem”, explicou.
Ele disse ainda que, para mudar o decreto, é necessário a maioria dos votos no parlamento italiano. “Uma maioria que pode ser formada por parte da oposição. Na realidade penso que não é difícil conseguir desde que exista o entendimento”, explicou.
O evento lotou o Auditório da Acipi. “Eu acho que isso demonstra o quanto estão incomodados os ítalos descendentes. No sentido de sermos desrespeitados com essa ruptura com a nossa ascendência. Hoje, nós fomos agraciados com a presença do parlamentar italiano que esclareceu dúvidas para gente e o que é mais importante, que esse movimento que a gente teve hoje aqui, que continuemos engajados, que continuemos participando da vida italiana para que o governo lá enxergue e tome atitude”, disse Juliano Dorizotto, vice-presidente da Acipi e presidente da Società Italiana di Mutuo Soccorso di Piracicaba.